Pobre Temer, pobre Constituição

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Publicado em 28/09/2018
*Editorial FOLHA DIRIGIDA
Se o Presidente Michel Temer, com alguma empáfia, enche a boca para falar sobre aspectos da Constituição, ancorado na sua condição de professor de Direito Constitucional, então estamos mal parados.
E por que? Simplesmente, porque ele (que sempre se revelou um político esperto, mas que acabou se embaraçando nas próprias tramóias) acaba de rasgar seu currículo de professor que tanto tem sido alardeado por seus bajuladores de plantão.
E isso foi feito com a edição de um decreto que permite a terceirização no serviço público federal (leia-se; administração direta) e também nas empresas estatais (leia-se: administração indireta).
⇒ Leia também: Temer, um professor de araque

Tal decreto fere, frontalmente, o artigo 37 da Constituição. E, para ter esse entendimento tão elementar, basta ler o próprio artigo na sua literalidade. Naturalmente, sem fazer malabarismo hermenêutico, na tentativa de justificar o injustificável.
No seu melancólico final de mandato, poderíamos usar a expressão que traduz um certo sentimento de piedade: Pobre Temer. E, agora, poderíamos acrescer sem qualquer piedade: Pobre Constituição!
Se já estávamos mal de Presidente, agora estamos pior ainda de “professor de Direito Constitucional”...